Seja dizendo que adora ou que tire de perto. De uma forma ou de outra, o murici é uma fruta que gera emoções. A palavra “murici” provém do Tupi mboricí, faz resinar. Os muricis do Brasil são muitos e variados, em suas diferentes espécies, os muricis distinguem-se, também, por suas cores e locais de ocorrência. No Ceará se destacam o murici comum (Byrsonimia crassifolia L. Kunt.) e o murici pitanga (Byrsonimia aff. crassifolia L. Kunt.).
Indígenas cearenses citam um antigo uso do murici como matéria prima para tingimento de tecidos. Antigamente, roupas e redes eram fabricadas pelas mulheres das comunidades, o tecido era fiado em teares manuais e tingido, depois as pessoas começaram a comprar tecidos de algodão e também tingir com a fruta.
O murici, em sua safra, é fonte de trabalho para muitas famílias litorâneas que têm no extrativismo da fruta uma oportunidade de renda e de fonte de nutrientes. O fruto é coletado principalmente por mulheres e crianças, aproveitando a mão de obra disponível. Além da sua relevância para as comunidades, está sua importância para a fauna local. Quanto a isso, pouco se conhece sobre a sua reprodução, requerimentos de polinização, agentes polinizadores, sucesso reprodutivo da espécie e outros aspectos importantes para assegurar a sua perpetuação.
A necessidade de estudos sobre qualidade pós-colheita de frutos de muricizeiro se faz óbvia, objetivando complementar pesquisas realizadas sobre técnicas de propagação e cultivo, de modo que, uma vez implantados os pomares, os produtores estejam prontos a colocar os frutos no mercado em condições competitivas de qualidade e de vida útil. Dispondo do conhecimento acerca da qualidade e do potencial de utilização dos frutos, pode-se classificá-los de acordo com sua aptidão, ou seja, industrialização e/ou consumo in natura.